Posted in Escrita, Poesia, Vida, tagged Amigos, Interior, Nuvens, REM on 09 /Dezembro/ 2009|
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Quando não te preparas para aquilo que não esperas – mas quem no fundo foi o que mais desejaste – e repentinamente recebes uma mensagem declinando algo a que tentaste oferecer a alguém, torna-se num peso-pluma que defere uma esquerda sem aviso e sem luva. Parece que não dói à primeira, mas vai ficando prla noite dentro.
Sempre escrevi alguma poesia, mas também queimei muita. Com o aparecimento dos blogues, tornou-se quase um hábito, saindo de maneira mais fácil que no papel, partindo de uma ou duas linhas e procurando uma imagem a condizer. Por simpatia, chá das cinco ou como complemento à troca de ideias e opiniões, enviei para algumas editoras pouco conhecidas mas apostadas em lançar novos autores. Participei também num concurso a nível nacional de autores pioneiros nas diversas áreas de literatura. A primeira pediu-me apenas alguns poemas, a segunda um pequeno projecto de livro. A segunda chamou-me ao departamento editorial. Fui até à porta mas não entrei. Tinha a impressão que não tinha ainda feito algo que captasse a atenção da minha vontade de entrar nesse mundo cultural. Quase em simultâneo a primeira pediu-me também um projecto. Só o enviei passado meses e até agora nada disseram. Do concurso de novos talentos também não.
Surgiu entretanto uma editora online, onde, em poucos passos, podemos publicar de forma gratuita e vender um livro ou apenas distribuí-lo em forma de e-book. Verifiquei que o processo tem mais alguma burocracia e despesas associadas que não são visíveis à partida, transformando a gratuitidade aparente quase num custo editorial normal. E entretanto vi um post de um autor que referia que o valor dos portes dos livros era exagerado e que a encadernação dos livros não era a melhor, vendo-se na obrigação de ressarcir quem tinha pago e cancelar a edição.
Resolvi enviar para uma outra editora que me pareceu ter um catálogo interessante e aproveitei o projecto que tinha feito para a edição online, para apreciação do departamento. Menos de uma semana depois veio a resposta, fria e seca: ‘concluímos pela impossibilidade de incluir a referida obra no nosso plano editorial’. As minhas dúvidas em relação à qualidade do projecto e à minha abertura ao mundo, tinham-se quase dissipado ao longo da semana, restando apenas umas nuvens cinzentas e um vento suão fora de época. Mas este tipo de realidade. que nunca tinha enfrentado, fez-me voltar à estaca zero – na vontade de o fazer ou não. Mas uma estaca zero é isso mesmo, começar de novo. Irei fazê-lo.
Acho que o que me derrubou um pouco, foi a ligeira adrenalina que uma informação matinal com uma perspectiva de emprego no próximo ano, fosse desequilibrada por esta resposta negativa. Nem uma resposta igual a uma oferta de emprego me deixaria assim, acho eu. Porque são áreas diferentes, uma onde me mexo há muito tempo, outra onde o receio de falhar ainda se assume.
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