grande é a ventura de ser quem somos
fria é a vontade de saber a água
grata é a pessoa que não amamos
fugaz é o momento de viver a mágoa
grande é a ventura de ser quem somos
fria é a vontade de saber a água
grata é a pessoa que não amamos
fugaz é o momento de viver a mágoa
Posted in Poesia, tagged REM, Sol on 26 /Junho/ 2012| Leave a Comment »
tal é a inércia da ideia errada
que vibra as vidraças velhas da janela do sotão
como se fosse o pó da estreita estrada
triste e trémulo sem pedir perdão
se um dia houver
em que não pense no passado
ficarei sem saber
se o que sinto foi sonhado
¨
se olhares o dia com os olhos fechados
verás apenas que os sonhos
são caminhos iluminados
por esses olhos sozinhos
¨
se as palavras menos esperadas
são lâminas mal afiadas
as feridas ficam saradas
mas as cicatrizes marcadas
Posted in Poesia, tagged Alentejo, Interior, Nuvens, REM on 19 /Junho/ 2012| Leave a Comment »
nessa velha estante
há livros que não leio
nesse sorriso constante
há lágrimas em que não creio
¨
mas se leres este livro austero
magro de sonhos e conceito
verás que tudo aquilo que quero
é a tua face no meu peito
¨
guarda as surpresas
limpa as tábuas gastas
deixa as velas acesas
e rompe as planícies vastas
10/Junho/2012
Posted in Poesia, tagged Interior on 18 /Junho/ 2012| Leave a Comment »
Silêncio
Já o silêncio não é de oiro: é de cristal;
redoma de cristal este silêncio imposto.
Que lívido museu! Velado, sepulcral.
Ai de quem se atrever a mostrar bem o rosto!
Um hálito de medo embaciando o vidrado
dá-nos um estranho ar de fantasmas ou fetos.
Na silente armadura, e sobre si fechado,
ninguém sonha sequer sonhar sonhos completos.
Tão mal consegue o luar insinuar-se em nós
que a própria voz do mar segue o risco de um disco…
Não cessa de tocar; não cessa a sua voz.
Mas já ninguém pretende exp’rimentar-lhe o risco!
David Mourão-Ferreira, in “Tempestade de Verão”
Posted in Poesia, tagged Horizon, Ironias, Puré, REM, Sol on 15 /Junho/ 2012| Leave a Comment »
as coisas que se vão perdendo
são linhas soltas sem-fim
gasta-se a vida, vivendo
sob o aroma do jasmim
um dia o sol brilha
pela manhã fria
de tarde cresce a entrelinha
que deixa a noite vazia
se a verdade se pendura
e fica esquecida lá fora
embriaga-se na noite escura
e acorda pela aurora
Posted in Não classificado on 14 /Junho/ 2012| Leave a Comment »
Posted in Música, Vídeo, tagged REM on 07 /Junho/ 2012| Leave a Comment »
sou pequeno
tenho apenas um olhar
por vezes sereno
nem sempre a brilhar
e nestes dias assim
mais longos e inertes
guardo apenas para mim
as brisas onde partes
serei eu o réu
sem sentença lida
nalguma estrela no céu
restará a minha vida
Posted in Escrita, Fotos, Vida, tagged Chover no molhado, Ironias, REM on 06 /Junho/ 2012| Leave a Comment »
nesta incerteza imensa da empatia, onde é breve a decisão e mártir a rotina, flui sem mácula a mão estendida, palma a sondar o chão, olhos por companhia.
E não é um labirinto nebuloso e deserto que fará soar o requiem.