Pondero ser cinza
Espero a breve manhã de vento
Talvez termine a tempo
A obra acabada pela água
A semente e a brasa
Foi uma sede de míngua
Hora lesta e violeta
Na força do arco e da seta
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Posted in Poesia, tagged Being, REM on 29 /Abril/ 2013| Leave a Comment »
Pondero ser cinza
Espero a breve manhã de vento
Talvez termine a tempo
A obra acabada pela água
A semente e a brasa
Foi uma sede de míngua
Hora lesta e violeta
Na força do arco e da seta
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nas batalhas que emergem
das diminutas dúvidas
as lanças caem
e os cavalos param
junto à margem
das vitórias de outras vidas
– mas as árvores também sangram
…
nem na nuvem negra
o sonho se some
outra noite na sombra
outro dia sem fome
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Posted in Poesia, tagged REM, Terra on 21 /Abril/ 2013| Leave a Comment »
em cada virar de página, há uma linha vazia
ou menos
se amanhã não houver outro dia
nem doces venenos
avançar devagar
olhar para trás e riscar os erros
cavar
e preencher os aterros
lá em cima há outra vertigem
sem olhar a lições
numa breve viagem
sem limonada nem limões
Há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu… como seriam felizes as mulheres
à beira-mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos… sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta… dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca do mar ao fundo da rua
assim envelheci… acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no
coração, mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas de que alguma vez me visite a felicidade
Al Berto
Posted in Poesia, Teste de escrita, tagged Puré, REM on 16 /Abril/ 2013| Leave a Comment »
wake me when the tomorrow
flies in to the sorrow
– in between:
a smile never seen
a tear never wept
(a sunbeam ever swept
my eyes
to the above grey skies)
Posted in Poesia, tagged Alentejo, Being, Interior, Ironias, Nuvens, Paz, Puré, REM, River of tears, Taleiga, Terra, Vermelho on 16 /Abril/ 2013| Leave a Comment »
o pequeno pássaro treme
não de frio
nada lhe é leve
nada lhe preenche o coração vazio
a formiga sozinha
não faz o caminho
tantas e tantas fazem a linha
só o escaravelho caminha sozinho
a papoila aguarda a primavera
para libertar o seu vivo vermelho
e a andorinha espera
encontrar o seu ninho velho
tudo morre
tudo se renova
e se a esperança não corre
cava a sua própria cova
a cada curva do caminho
há um futuro que não se adivinha
em cada ferida de espinho
há uma rosa que murcha sozinha
para saber o gosto da paixão selvagem
é preciso uma espada afiada
uma mão cheia de coragem
uma tela colorida sem nada
Posted in Fotos, Não classificado, Poesia, tagged Ar, Being, Pessoa, River of tears on 12 /Abril/ 2013| Leave a Comment »
Posted in Poesia, tagged Being, Horizon, Nuvens, REM, River of tears, Venenos, Vermelho on 12 /Abril/ 2013| Leave a Comment »
mudar o ponteiro das horas
para lá do por do sol
perder a linha e o anzol
sonhar
voltar atrás e ser igual
árvore e sombra no quintal
paisagem aberta onde te demoras
pairar
resistir a um sorriso perdido
intenso
perdoar o prometido
preencher o vazio onde pertenço
de onde partem as aves que te acompanham?
isso é uma breve
ilusão
coroa de paixão
dança leve
– ainda assim todos os olhares te condenam
na parede branca não há
janelas nem portas
quando disseres já! já não te importas
Posted in Fotos, Poesia, tagged Being, Puré, REM on 10 /Abril/ 2013| Leave a Comment »
Wynn Bullock
hoje há horas perdidas
palavras feridas
peitos abertos
e também sorrisos despertos
se num outro dia qualquer
nada mais para lá houver
um abraço sem condição
e o frio da minha mão
Posted in Poesia, tagged Being, Chover no molhado, REM on 08 /Abril/ 2013| Leave a Comment »
onde há
passagens de livros fechados
pelo vento
muito mais para lá
dos coloridos prados
do que dos inaptos sentimentos
só ao sabor da lua
em qualquer fase
a solidão é só tua
mesmo que a morte não se atrase