03 /Fevereiro/ 2023 por António
Photo credit: Lukas Voegelin on VisualHunt
deixem-me o vento pelas costas
deixem-me ser o cavalo sem apostas
ser a fresta na escuridão
não há retorno sem flecha
não há brasa sem mecha
há apenas muitas linhas em cada mão
quero mais mas não quero tanto
quero ter um sorriso no meio do pranto
ter mais que um sim ou um não
o vento é livre
a vida é breve
deixem-me!
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30 /Janeiro/ 2023 por António
Photo credit: autowitch on VisualHunt
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neste dia
nesta casa vazia
os móveis
ficam imóveis
acumula-se o pó
e fica só
a vontade de esquecer
e aquecer
as mãos inertes e frias
tremendo pelas nostalgias
fechadas numa caixa
atada com uma faixa
vermelha
já sem centelha
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10 /Outubro/ 2022 por António
no instante em que ficas quieto
não é certo
que vás para além da cor
ou do branco e preto
que se dilui no incerto
e no inquieto
vagar do amor
que se torna incolor
por mais que chores e grites
numa pintura onde não existes
nunca morres e nunca corres
e não vais onde vão os demais
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não basta dizer basta!
quando se gasta
tempo perdido
em gradiente diluído
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06 /Outubro/ 2022 por António
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tanto que podia ser e é apenas pranto
breve podia ser o momento
e é apenas vento
quando o nada é tudo
e o linho é veludo
aí o silêncio deixa de ser mudo
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30 /Dezembro/ 2021 por António
abrandar e aprender
a dança suave da esperança
e a luta que não se trava não é brava
todas as feridas que fiz têm a sua cicatriz
tudo o que não disse era uma fugaz chatice
de todas as capas de que nunca escapas
tapam o frio e o copo vazio
acendem a vela inerte na paixão que deserte
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não leias as teias dos meus olhos
nem adoces as mágoas que se afundam nas águas
a cada passo o espaço encurta
a cada semente ausente que a terra come
há uma ilusão diária que passa fome
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06 /Novembro/ 2021 por António
uma vida
construída
sobre estacas
fracas
dá asas a tanto seixo
mas nunca deixo
apagar as brasas
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tentar flutuar na corrente ascendente
é mero acaso na dor alheia na maré cheia
e ser apenas uma pedra no fundo
ou um grão de pó, só neste mundo
onde sobra tanto tempo
sem respeito nem contratempo
sopa fria num prato raso
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01 /Agosto/ 2021 por António
idos todos os beijos
conquistadas as sombras
e as penumbras
perdidas todas as lágrimas que te lembras
resta o descanso breve
o vinho leve
e todos os outros desejos
inertes e sombrios
luminosos e frios
soma de tantos restos
silêncio de outros gestos
o ponto de partida nunca parte
as palavras não se guardam
não se dizem
não doem
o que conta é o número
efémero
finito ou infinito
não há zero nem nada
cicatriz marcada
em pedra de granito
é lá que todas as melodias ecoam
e a coragem sangra a sua dor
ao sol-pôr
conhecido de tantos dias iguais
banais
indeléveis
solúveis
numa maré constante
sem instante
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22 /Julho/ 2021 por António
sente o vento que adormece
e o silêncio que te acorda
¨
quem erra e sempre esquece
como não dar o nó na corda
não merece
o perdão frio da sedução
por maior que seja a tua mão
em toda essa apetitosa horda
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19 /Julho/ 2021 por António
na sede inteira de uma frase
há espaço imenso para utopia
fica sempre a faltar o quase
para gritar o que queria
quando a vontade é menor que a meia-lua
murmuro no interior da flor morta
sem respeito algum pela mentira crua
caindo suavemente pela linha torta
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06 /Agosto/ 2020 por António
quando transformas as memórias em beleza azul
levadas pelo vento
que sopra de qualquer sul
quebra-se o momento
em que esqueces
tudo o que já mereces
por mais que murmures preces
de uma fé perdida
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o que tens é o que importa
ainda que nada seja
mais que uma folha morta
uma luz que ninguém veja
nas sombras desta vida
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