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Archive for Junho, 2013

Menção

bem juntos estão os honrados

os que deixam história

silenciosa glória

gravada numa pedra fria

ou numa aula de academia

irmãos distantes, na vitória unidos

na sombra nada se cultiva

tudo é erva daninha

árvore sozinha

amizade esquiva

nem sempre voltar atrás

é tentativa que apraz

e quando a palavra erra

é sentença para cavar a terra

para celebrar um fim

de nada que houve para mim

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Days after nothing

Laying

sábado, sol, solidão – eu quero, eu sonho, ou não

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Folha esquecida

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não tenho assim tanto tempo
para viver
para olhar para as flores do campo
sem te esquecer
o passado é um abismo fácil
um jardim morto
outrora fresco e dócil
onde plantamos o incerto
              tinhas em ti
              a folha que faltava
              no livro que tanto li
              mas que nunca dava
              – e lá ficaste, esquecida
              na sombra azul do por do sol
              quente, suave e reflectida

(nunca trago uma folha e uma caneta quando as palavras povoam os dias vazios, cinzentos e frios, numa mente aprendiz de tanta ignorância – depois já não há outra coisa senão o passado)

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Sede

Cá dentro tudo se transforma em nada, em vil vontade de ser algo sem imensidão. Não cobras nem levas elogios, mas a história está repleta de capítulos inacabados. Toda a água é boa, por onde ela passa é que se agita ou acalma, ganha ou perde humildade, como se tudo em volta fosse um gesto incompreendido.
E bebe-se como a paixão fosse simples e fria, quando nada te transporta a um passado justo.

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Tempo de Ponte de Sor

Está atualmente 32° Cº e céu limpo em Ponte de Sor

De 1Weather”para Android. http://bit.ly/1WeatherEmail

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Penas

o riso que vem das profundezas
do mar
é apenas a maré vazante
no teu regaço não há certezas
do milagre de amar
constante

a pena é um sentimento
fulcral
perdura um momento
final

queria voar
ao longo do passado
e lá escrever devagar
tudo o que tenho sonhado

mas não tenho asas
nem penas
somente águas rasas
para atravessar, apenas

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Risco

causa e dedicação
traçar uma linha finita
só porque assim se perdeu
uma serena paixão
sem que persistência fosse dita
e palavras que ninguém leu

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Sem

hoje,

quando as folhas voaram para sul

sem nada demais para dizer,

até a voz foge

e o céu fica mais azul

pois não houve tempo para sofrer

já perdi tanta gota de água

tanta imensidão nua

ouvi batalhas no meio da névoa

sem que tentasse vencer a tua

secreta verdade ausente

alcançada fugazmente

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começar tarde

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Ruínas

Por onde quer que tenha começado,

pelo corpo ou pelo sentido,

ficou tudo por fazer, o feito e o não feito,

como num sono agitado interrompido.

O teu nome tinha alturas inacessíveis

e lugares mal iluminados onde

se escondiam animais tímidos que só à noite se mostravam

e deveria talvez ter começado por aí.

Agora é tarde, do que podia

ter sido restam ruínas;

sobre elas construirei a minha igreja

como quem, ao fim do dia, volta a uma casa.

Manuel António Pina in Como se desenha uma casa, 2011

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Rio

quando não sou bicho-de-conta
e desenrolo a solidão,
(como remo na água de um rio)
é prejuízo de pouca monta,
aquele sangue de perdão-
pingo a pingo, sem ser um fio
§
dás-me a tua lágrima doce
quando da ilusão rio
como se uma partilha fosse
um abraço fugidio
– uma noite mal dormida,
no lado certo da vida.

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